Sep 2012 05

O Green Day está na capa da mais nova edição da revista Kerrang, onde eles responderam diversas perguntas feitas pelos fãs! Abaixo você confere a tradução da matéria completa e os scans da revista!

Todos Vs. Green Day

Com seu novo álbum e seus shows em Londres e Reading, todos ficamos loucos pelo Green Day! Mas especialmente vocês. Quase esquecemos o quanto vocês enlouquecem por eles. Então decidimos fazer suas perguntas para eles. O que aprendemos? Que Billie Joe Armstrong tem uma maneira muito estranha de explicar seu pensamento político…

Caramba! Por um momento parecia que não veríamos as costas do Green Day. Não que estivéssemos com pressa para eles irem embora. Deixaríamos eles ficarem aqui por quanto tempo eles quisessem com prazer. Provavelmente conseguiríamos Ates colocar um sofá-cama no escritório da K! Mas se a banda estava se divertindo muito sequestrando a Radio 1 para tocar músicas novas direto do iPhone do Billie Joe Armstrong, tocando um show “não tão secreto” no Shepherd's Bush Empire e invadindo uma tenda no Reading Festival no sábado de manhã, isso não é nada comparado com o quão contentes vocês ficaram por terem eles de volta aqui. Conhecemos pessoas do lado de fora do Shepherd's Bush que estavam formando fila desde a hora do café da manhã, enquanto do lado de dentro o que vimos foi dedicação pura. Foi um enorme lembrete que os fãs do Green Day fazem o MCRmy e The Echelon parecerem interesses medianos por comparação. Então aproveitamos a visita da banda ao Reino Unido e fizemos um monte de perguntas, todas feitas por vocês.

“A ligação que temos com nossos fãs sempre foi muito especial,” diz Billie Joe Armstrong com orgulho, confiantes de que irão sobreviver a inquisição feita pelos fãs ilesos. “Este amor é recíproco, e meio que impregnado em todos nós agora.”

Mal sabe ele, o baixista Mike Dirnt e o baterista Tré Cool, que vocês nos armaram com perguntas sobre tudo, desde brigas de banda até punk rock, política e erm, dicas de maquiagem…

O que vocês mais vão lembrar sobre esse dois shows no Reino Unido? (Mark, via Twitter)

Billie Joe: “Acho que a estranha espontaneidade de tudo. Isso foi especial. Acho que já estávamos delirando com o tanto de divulgação pra imprensa que estávamos fazendo. Até me meti numa encrenca com a gravadora por ter tocado músicas do novo disco na Radio 1 direto do meu iPhone. Mas que se foda, as músicas são minhas! Tocamos um show no Kid's College alguns anos atras [2000], para experimentar algo que fosse mais intimista e se divertir com os fanáticos. Acho que o destaque para mim dessa vez foi o momento em que comecei a tocar Hey Jude no Shephard's Bush e as pessoas ficaram tão bravas. Foi impressionante ouvir a performance de uma música dos Beatles ser vaiada. Eu estava, tipo, 'Wow, os Beatles estão sendo vaiados agora. Punk rock!'”

Vocês são uma banda de tocar em estádios gigantes hoje em dia. Mas qual o menos show que vocês já tocaram, para o menor número de pessoas? (Chloe, Preston)

Billie Joe: “Em 1988, tocamos na cozinha da nossa amiga Deb. Tinham só cinco pessoas nos assistindo, mas todas as cinco estavam dançando. Não tem como ficar mais íntimo que isso.”

Vocês se pesquisam no Google? (Karen, Norwich)

Billie Joe: “Nunca.”

Tré: “Sim, claro. Acho que quando você pesquisa você mesmo simplesmente se é levado ao Wikipédia. Acho que nem todas as informações na minha página são corretas, mas foda-se.”

Mike: “Eu me pesquiso no Google Imagens. Sou adotado, e eu encontrei algumas fotos de família e fotos minhas quando criança que eu nunca tinha visto antes, o que é legal.”

Tré: “Admito usar o Google Images também, para ver fotos antigas de shows que tocamos em 1991. Isso é legal.”

Você preferiria ter um rabo ou asas? (Gemma, Dublin)

Billie Joe: “Vou ter que escolher asas. O motivo? Oh, só que esse é o nome da banda do Paul McCartney depois dos Beatles e isso foi a primeira coisa em que pensei porque estávamos falando dos Beatles agora mesmo. Eu sou bem simples assim.”

Como vocês se sentem sobre a situação das Pussy Riot? (Ana, via Twitter)

Billie Joe: “Pussy Riot me lembra algumas das bandas com que tocávamos no [lendária casa de shows] 924 Gilman Street. Essas mulheres serem presas por dois anos – pelo o que é basicamente arte performatica – é lorota. Todos devem ter direito à liberdade de expressão. Sim, elas interromperam uma igreja, mas elas deveriam ir presas por dois anos por causa disso? Ano que não.”

Vocês demonstraram uma consciência política durante sua carreira. Vocês ainda sentem tanta raiva agora quanto sentiam quando eram jovens? (Harry, Devon)

Billie Joe: “Não acho que seja raiva. Acho que é mais sobre se manter informado, e tentar tornar o mundo num lugar melhor do que era quando nascemos. Quando você é um garoto cheio de raiva, é como aprender a gozar pela primeira vez: seu pau e sua cabeça não estão em sintonia. Quão mais velhos você fica, você tende a repensar mais as coisas, deixa seus pensamentos respirarem e suas opiniões marinarem antes de sair falando!” [Uma imagem duradoura, obrigado – Educação Política]

O que vocês acham de Mitt Romney [Candidato pelo Partido Republicano]? Ele faz vocês quererem compor outro álbum político como o American Idiot? (Emma, Barnsley)

Billie Joe: “Acho que ele não tem chance de ganhar essa eleição. Mas eu não penso muito bem sobre ele.”

Mike: “Ele é desconectado. Ele não é do mesmo planeta do qual a maioria do nosso país.”

Billie Joe: “Lembre-se de uma coisa: Barack Obama veio da classe trabalhadora, pobre. Então ele subiu sozinho como um americano negro desde suas raízes da classe trabalhadora, até onde ele está agora. Acho que o Mitt Romney não faz ideia do que a classe trabalhadora, classe média ou baixa tem, de forma alguma. Você não pode sair demitindo pessoas o tempo todo e ficar olhando para a própria riqueza e estar no topo do um por cento e esperar que as pessoas te amem e te elejam.”

Se vocês pudessem voltar no tempo, que conselho dariam à banda que fez 39/Smooth? (Mic, via Twitter)

Billie Joe: “Corram. Vocês não tem muito tempo. Vocês também poderiam colocar mais umas duas ou três músicas aí, então vão em frente.”

Tré: “Deixe a maconha fora do estúdio.”

Billie Joe: “A verdade é que estávamos em um espaço tão criativo para nossa idade, que não faria nada diferente.”

De todas as músicas que vocês já compuseram, qual merece ser mais apreciada do que é? (Eric, Swansea)

Billie Joe: “The Judge's Daughter. Essa ou [409 In Your] Coffeemaker. Essas são duas músicas que me colocaram em uma certa direção como compositor. Não que elas não sejam apreciadas ou algo assim, mas elas talvez não sejam tão conhecidas. Elas estão nos dois primeiros álbuns.”

Tem alguma música que vocês vêem hoje e pensam 'Isso é uma bosta'? (Phil, Liverpool)

Billie Joe: “Sim, mas elas nunca foram parar nos álbuns. Tem algumas musicas que eu não gosto muito de ouvir tanto quanto outras. Tipo, quando eu escuto Restless Heart Syndrome eu lembro o que foi preciso para gravar aquela música. Foi um processo muito tedioso, então eu nunca mais quero passar por isso novamente. Eu gosto da música, mas eu não quer ouvi-lá”

Billie Joe, você tem alguma dica de maquiagem para os garotos? (Harryrule, via twitter)

Billie Joe: “Cuidado, porque algumas dessas merdas de lápis pro olho podem te dar terçol. Eu estou com um agora. A primeira vez que usei lápis no olho foi em 1990, porque eu achei que ficava legal, tipo o Mike Ness do Social Distortion. Isso foi quando assisti [o documentário punk] Another State of Mind. Também era sempre uma boa cantada com as garotas. Quando você estava em shows podia perguntar pra elas, 'Você tem lápis de olho?'. E elas diziam 'Sim'. 'Bom, você pode passar em mim?'. E elas diziam, 'Sim claro'.”

Qual seu musical favorito de todos os tempos? (Stuart, Newcastle)

Tré: “Grease (Nos Tempos da Brilhantina). Ou The Book Of Mormon. Esse é novo. É dos caras que fazem South Park. Além de American Idiot, é claro.”

Mike: “Com o risco de soar arrogante, preciso dizer que é American Idiot.”

Quando foi a última vez que chorou? (Tom, via Twitter)

Billie Joe: “Em Chicago, antes de virmos pro Reino Unido. Só porque estou longe da família e coisas assim. E também é o primeiro dia do meu filho no seu último ano do colegial. Então são coisas emocionais.”

Tré: “Eu removi meus sentimentos cirurgicamente muitos anos atrás.”

Mike: “Quando meu pai faleceu ano passado, então houveram lágrimas para isso. Mas ultimamente todas as lágrimas tem sido de alegria.”

Se vocês não estivessem no Green Day, que trabalhos gostariam de fazer? (Snorglsconsuela, via Twitter)

Billie Joe: “Eu provavelmente trabalharia numa loja de guitarra. Trabalharia com os instrumentos que eu amo.”

Mike: “Eu provavelmente iria querer trabalhar num clube de comédia, poderia até arranhar um pouco, mas seria mais eu assistindo as pessoas insanas entrando e saindo pelas portas e ouvindo suas historias miseráveis no palco. Isso seria bem legal.”

Tré: “Fácil. Eu estaria no Cirque du Soleil. Me dobrar todo para trás seria muito legal.”

Vocês já leram alguma crítica da Kerrang e pensaram 'Do que eles estão falando?'? (Derek, Reading)

Billie Joe: “Eu não leio nada da imprensa. A questão é, não importa quão boa foi a crítica, ficaríamos preso a uma coisinha que não gostássemos. E isso não é positivo pra gente.”

Tré: “Eu leio as críticas que vocês escrevem de outras bandas. Boas fotos, é isso que importa pra gente.”

Se você fosse um garoto começando uma banda, que dicas você daria a ele? (Fiona, Cardiff)

Billie Joe: “Toque com seus amigos. Tenha certeza de que está tocando junto com outras pessoas e a não só no seu quarto, sozinho. Sempre reinvente, tente começar jovem, e se divirta.”

Tré: “Bateria é difícil. O equipamento é caro, existem muitas peças e a maioria dos bateristas são desorganizados, então conseguir manter sob controle um kit inteiro é meio difícil. Mesmo se você conseguir juntar tudo isso, você provavelmente vai chegar no show e dizer 'Putz esqueci minhas baquetas'. É por isso que se você consegue contar até quatro, você pode ser um baterista.”

Mike: “Se você tem uma caixa, um bumbo e um chimbau, você provavelmente se tornará um excelente baterista.”

Se seu filho dissesse 'Ei pai eu quero formar uma banda', o que você diria? (Jeff, Hartlepool)

Billie Joe: “Bom, meu filho está numa banda chamada Emily's Army. Eles tocaram na Warped Tour nesse verão e nós somos os primeiros pai e filho a fazer isso. Eu o ajudo um pouco. Eu gravei o álbum deles, produzi eles, e coisas assim. Eles cresceram juntos desde que eles tinham quatro, cinco e seis anos. Eles estão se saindo bem. Eles entram numa van e saem em turnê – é inspirador de ver. Eu me enxergo em certas coisas que eles fazem, em brigas de banda e coisas assim. É interessante. Eles ficam putos com certas coisas e é todos tem uma voz e todos precisam ser ouvidos. Mas qualquer conselho que eu dou a eles é muito fácil eu usar na minha própria banda.”

Mike: “É tipo, 'você tem que fazer o que eu disser porra'.”

Billie Joe: “Eu digo, 'Sabe, todos tem uma voz' aí eu me viro e olho para esses caras e digo, 'Cala boca! Me ouça. Eu sou a voz!'”

Qual a pior briga que vocês já tiveram? (Millie, Croydon)

Mike: “Sempre que temos uma briga, falamos tudo que temos pra dizer e nos resolvemos. Não ficamos guardando rancor por anos e anos. Simplesmente seguimos em frente.”

Tré: “Só nunca acorde o Mike quando ele está dormindo.”

Mike: “É, não me acorde.”

Tradução: Marie Bastos

Green Day Kerrang

Créditos pelos scans: Anji

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